Desenvolvimento de recursos didáticos para apoio ao ensino de Ciências, Biologia e Química durante o Ensino Remoto/Híbrido.

André Ricardo Ghidini

Sim

Universidade Federal do Acre, Campus Rio Branco, Rodovia BR 364, Km 04 - Distrito Industrial, Rio Branco - AC, 69920-900.

Rio Branco

Rio Branco

Educação

Ciências Humanas

Centro de Ciências Biológicas e da Natureza

01/08/2021

30/11/2021

5

90

5

90

6

Sim

Colégio Acreano (01.197.077/0001-66), Escola Estadual Raimundo Gomes de Oliveira (01.175.511/0001-07), Colégio de Aplicação - CAP, Escola Estadual Mário de Oliveira (01.201.406/0001-03)

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A criação de novas formas de ensino, centradas no aluno e utilizando recursos tecnológicos incentiva e promove a aprendizagem, fortalece a construção do conhecimento e envolve o aluno durante todo o processo, se distanciando das metodologias tradicionais de ensino. O presente projeto tem por objetivo o desenvolvimento de recursos de ensino inovadores para apoiar o ensino em escolas públicas de Rio Branco/Acre, durante o período de ensino Remoto/Híbrido. Os estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e Licenciatura em Química da Universidade Federal do Acre (UFAC), serão colocados em contato com professores das escolas públicas e com a supervisão destes, produzindo sequências didáticas, roteiros de estudos, videoaulas e outros recursos didáticos que venham a dar suporte ao trabalho docente durante o ensino remoto/híbrido. Os estudantes serão colocados no papel de planejadores e desenvolvedores dos recursos didáticos, que irão contribuir em otimizar e aperfeiçoar o ensino de Ciências, Biologia e Química nas escolas públicas.

Os novos desafios, solicitações e exigências decorrentes da constante transformação social das últimas décadas têm tido repercussões profundas em todos os sistemas educativos, em particular, na formação de professores.
O ensino básico no Brasil tem sido atravessado por inúmeras transformações e reformas, mais notadamente a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que promoveu uma ressignificação do ensino e aprendizagem, consolidou o ensino por competências e habilidades e deu o ponto de partida na reformulação dos currículos estaduais que estão em franca renovação e reordenação (BARBOSA; COLARES, 2021).
A relação do ensino de Ciências e recursos didáticos, está pautada de forma mais ampla pelo entendimento da BNCC em lançar mão do conhecimento científico e tecnológico, tornando possível aos alunos, compreender os fenômenos e conhecer o mundo, o ambiente, e a dinâmica da natureza, desconfigurando o ensino transmissivo e valorizando o uso de recursos didáticos para um ensino voltado ao protagonismo do aluno e contextualizado (BRASIL, 2018).
Neste sentido, o ensino de ciências se apresenta de forma articulada entre si e a tecnologia, demonstrando ampla relevância e eficácia quando o contexto dos recursos e tecnologias é inserido no ensino. Sob o olhar de Bertusso et al. (2020), para o ensino de ciências existem inúmeros recursos inovadores que podem contribuir no processo de aprendizagem. No que tange à esses recursos, Dourado et al. (2014), aponta que as TIC’s se tornaram um elo entre o professorado e o alunado, onde novas estratégias de ensino inovam a maneira de fazê-lo, gerando interação entre o aluno, o professor e o cenário atual. Nesse sentido, é importante que o docente saiba utilizar as ferramentas tecnológicas, que muitas vezes são pouco conhecidas do professor, por não serem incluídas no desenvolvimento das aulas remotas/híbridas.
Nicola e Paniz (2016) afirmam que utilização de recursos no processo de ensino podem possibilitar a aprendizagem dos alunos de forma mais significativa, tornando os conteúdos apresentados pelo professor mais contextualizados e propiciando aos alunos a ampliação de conhecimentos já existentes ou a construção de novos conhecimentos.
Com a utilização de recursos didáticos diferentes é possível tornar as aulas mais dinâmicas, possibilitando que os alunos compreendam melhor os conteúdos e que, de forma interativa e dialogada, possam desenvolver sua criatividade, sua coordenação, suas habilidades, dentre outras (SOUZA, 2007).
Essas questões se fazem ainda mais relevantes, sobretudo, ao momento de pandemia do novo coronavírus, iniciada em 2019, responsável por causar a doença COVID-19. Com o avanço da pandemia e atendendo às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de manter o isolamento social, as aulas presenciais nas escolas e nas instituições de ensino superior da rede pública e privada de todo o país foram paralisadas. A partir daí, um novo modelo de ensino foi adotado, interfaces digitais passaram a ser utilizadas para contornar este momento atípico e manter a continuidade das atividades de classe.
Com esse inesperado método de ensino, coube às escolas e professores se adaptarem à digitalização e fazerem uso das interfaces digitais de ensino, para que dessa maneira, pudessem dar continuidade às suas atividades escolares. Nascimento (2016), considera necessário estar atualizado com as tecnologias, para dessa maneira, acompanhar o mundo e suas adversidades. O qual está cada vez mais competitivo e globalizado, exigindo profissionais mais preparados e aptos a lidar com a complexidade e diversidade das informações.
Neste contexto, os cursos de formação docente, os quais também foram impactados pelos modelos de ensino remoto/híbrido também tem encontrado dificuldades na formação prática do futuro professor e no desenvolvimento de práticas pedagógicas adequadas ao cenário que se construiu.
Desta forma, o referido projeto de extensão se faz indispensável para a efetivação do ensino das práticas pedagógicas associadas ao trabalho docente, funcionando não só como ponto de contato entre universidade-escola, mas também permitindo aos licenciandos o exercício da produção de recursos didáticos adaptados ao ensino remoto/híbrido.

Desenvolver recursos didáticos de apoio ao ensino remoto/híbrido de Ciências, Biologia e Química em conjunto com professores da Educação Básica em escolas públicas do município de Rio Branco, AC.

- Inventariar em conjunto com professores da educação básica de Rio Branco, as condições e necessidades do trabalho docente remoto/híbrido.
- Construir o planejamento do ensino remoto/híbrido junto aos professores da educação básica de Rio Branco, considerando as melhores ferramentas e recursos didáticos em consonância com o contexto escolar.
- Elaborar recursos didáticos e mecanismos de avaliação da aprendizagem de Ciências, Biologia e Química que possam ser aplicados em sala de aula pelo professor.

A presente pesquisa será desenvolvida em escolas públicas da cidade de Rio Branco, a serem selecionadas no início do Projeto, sendo cada uma delas localizadas em regiões distintas da cidade, e de preferência com realidades sociais distintas.
Serão inventariadas informações gerais da escola, como tempo de funcionamento, turno, número de alunos geral, número de alunos por turma e por série. Especificamente para as disciplinas de Ciências (Ensino Fundamental), Biologia e Química (Ensino Médio), serão realizadas reuniões virtuais com os professores, para levantar informações como: conteúdo de maior dificuldade, conteúdo de maior interesse; metodologia de ensino preferencial.
Após esses encontros virtuais, os estudantes atenderão demandas específicas dos professores da educação básica para produzir recursos didáticos em consonância com o contexto escolar local, levando em consideração o conteúdo, currículo, nível de dificuldade e condições dos alunos.
Os recursos didáticos produzidos podem ser: roteiro de estudos, guias didáticos, sequências didáticas, estudos dirigidos, vídeo-aulas, aulas virtuais síncronas, entre outros. Os recursos didáticos produzidos, após avaliação pelos coordenadores do projeto, serão depositados na plataforma Educapes.

O projeto será desenvolvido em 3 etapas sequências, abaixo determinadas:
1ª Etapa – Organização das equipes de trabalho em grupos e designação a um docente: Os estudantes matriculados em disciplinas teórico-práticas de ensino de Ciências, Biologia e Química serão organizados em grupos (a serem definidos) e serão atribuídos a um professor da educação básica lotado em uma escola pública do município de Rio Branco, AC.
2ª Etapa – Contato com a prática docente e levantamento das necessidades: Os estudantes, professores da educação básica e coordenadores de projeto, através de reuniões virtuais, irão definir as necessidades de recursos didáticos para o efetivo aprendizado do conteúdo, e levando em consideração o contexto escolar, determinarão os recursos didáticos necessários e suas diretrizes de desenvolvimento.
3ª Etapa – Desenvolvimento dos recursos didáticos, avaliação e validação: Os estudantes desenvolverão recursos didáticos de acordo com as diretrizes dos professores da educação básica, atendendo aos critérios determinados pelo contexto escolar, currículo, planejamento docente e demanda. Os recursos didáticos serão desenvolvidos pelos estudantes participantes do projeto, sob orientação do professor da Educação Básica e coordenadores do projeto. O recurso didático será avaliado posteriormente e depositado no repositório educacional “Educapes” como forma de socialização da produção do projeto.

O projeto terá dois momentos como avaliação, o primeiro momento deverá contemplar as propostas de recursos didáticos considerando sua integração com os projetos locais, estaduais e nacionais de pesquisa no Ensino de Ciências, Biologia e Química bem como, com os interesses das instituições envolvidas, considerando também o que é importante para o professor da Educação Básica que participará das atividades durante a realização do projeto. No segundo momento, haverá uma ficha de avaliação, aplicada individualmente para cada recurso didático produzido pelos estudantes participantes, socializada posteriormente em reunião de avaliação de modo a desenvolver o espírito do professor-reflexivo.

Como resultado previsto das atividades que serão desenvolvidas durante a realização deste projeto, tem-se a produção de material didático educativo visual, virtual e online, além do aperfeiçoamento da prática de ensino dos licenciandos, em atendimento ao que é estabelecido para o currículo da educação básica atualmente. Dessa forma, os resultados esperados deverão contribuir para a formação prática docente dos acadêmicos da graduação; colaborar com a formação continuada dos docentes dos cursos de Licenciatura participantes do projeto e cooperar para a divulgação científica na comunidade escolar, promovendo assim a alfabetização e o letramento científico da comunidade civil acreana.

BARBOSA, L.L.; COLARES, M.L.I.S. 2021. Reforma do ensino médio: desafios e possibilidades da educação integral. Cad. Pesq. 26(2), 295-316. http://dx.doi.org/10.18764/2178-2229.v26n2p295-316.
BERTUSSO, F.R.; MACHADO, E.G.; TERHAAG, M.M.; MALACARNE, V. 2020. A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no ensino de Ciências: um paradigma a ser vencido. Res. Soc. Devel. 9(12), e26691211099. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11099
BRASIL. Ministério da Educação. 2018. Base Nacional Comum Curricular. Brasília. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2021.
DOURADO, I.F.; SOUZA, K.L.; CARBO, L.; MELLO, G.J.; AZEVEDO, L.F. 2014. Uso das TIC no Ensino de Ciências na Educação Básica: uma Experiência Didática. Rev. Ens. Educ. C. Hum. 15, 357-365. https://doi.org/10.17921/2447-8733.2014v15n0p%25p
NASCIMENTO, E.S. 2016. A utilização da internet nas aulas de biologia: estudo de caso em uma escola da rede estadual de Alagoas. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Naturais e Matemática), Universidade Federal de Sergipe, Sergipe, 2016. Disponível em: https://ri.ufs.br/handle/riufs/5074. Acesso em: 11 maio 2021.
NICOLA, J.A.; PANIZ, C.M. 2016. A importância da utilização de diferentes recursos didáticos no ensino de ciências e biologia. Infor, Inov. Form., Rev. NEaD-Unesp. 2(1), 355-381.
SOUZA, S. E. 2016. O uso de recursos didáticos no ensino escolar. In: I ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO, IV JORNADA DE PRÁTICA DE ENSINO, XIII SEMANA DE PEDAGOGIA DA UEM, Maringá, 2007. Arq. Mudi. Periódicos. Disponível em: <http://www.pec.uem.br/pec_uem/revistas/arqmudi/volume_11/suplemento_02/artigos/019.df>. Acesso em: 22 mar. 2016.

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